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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Capitulo 6

Antes que eu pudesse explicar o que havia acontecido senti a minha cabeça rodar e a dor em meu quadril pareceu triplicar, me fazendo cair no chão do quarto sem forças para me manter em pé por muito mais tempo. Tudo ao meu redor girou fazendo minha cabeça pesar um pouco mais e meus olhos se fecharem.
Um grito assustado e desesperado se ouviu por todo o quarto junto com passos apressados. Eu não me conseguia mexer, todo o meu corpo parecia pesar de tão cansado que ele estava, mas eu não podia simplesmente desmaiar agora. Ela precisava de uma explicação.
- Vanessa ... - Sussurrei tentando a todo o custo me erguer novamente do chão frio do quarto em que eu havia caído.
- Não, não se esforce vem eu vou cuidar de você, me deixa te ajudar.
A voz doce e preocupada da minha pequena chegou aos meus ouvidos me fazendo sorrir ainda de olhos fechados. Era tão bom voltar a ouvir aquela você doce. Me fazia lembrar das vezes em que eu e ela ficávamos juntos enrolados um no outro fazendo planos para um futuro.
Com a ajuda dela eu consegui me erguer e caminhar até à sua cama. Assim que ela me depositou no colchão macio. Eu me movi me acomodando melhor em sua enorme cama de casal. Fechei os olhos por alguns momentos enquanto eu a ouvia se movendo de um lado para o outro pelo quarto e banheiro.
- Preciso de rasgar a sua blusa. Não podemos arriscar você se erguer e acabar caindo. Não vou poder com você se isso acontecer. - Ela resmungou agora do meu lado.
Abri os olhos a encarando. Sua expressão estava numa mistura de emoções que me deixavam um pouco receoso. Eu podia ver o medo e a confusão em seus olhos enquanto ela se preparava para começar a rasgar a minha blusa.
Engoli em seco e fechei novamente meus olhos. Eu não iria conseguir olhar em seu rosto depois que ela visse todas as minhas cicatrizes. Não queria ver a sua reação. Seria doloroso demais se visse o nojo ou até mesmo o desprezo em seus lindos olhos, acabando por me destruir ainda mais.
- Tudo bem. – Soltei no meio de um suspiro cansado. Seja o que Deus quiser.
Ela soltou um suspiro baixo e logo em seguida senti o metal frio da tesoura em contato com a pele do meu quadril e logo depois subindo dividindo a minha camiseta em dois. Assim que ela terminou um suspiro assustado se ouviu me fazendo abrir os olhos.
- O que ... o que ... Zac ... - Vi ela engolindo em seco e passar delicadamente os dedos pequenos e delicados pelas cicatrizes que eu tinha espalhadas pelo meu peito. - Quem te fez isso?
- Tem muita história envolta de cada marca que você vê ai. A ilha fez isso comigo. A ilha me fez o que eu sou agora.
- Quem é você agora? - Sua pergunta havia sido sussurrada ao mesmo tempo que ela movia seus dedos para a cicatriz do lado esquerdo bem debaixo do meu mamilo. - Quem é o verdadeiro Zac Efron agora?
- Alguém que você realmente teria medo de conhecer. Alguém que você nunca iria querer para estar do seu lado. - Suspirei passando a mão em seu rosto. - O que eu fiz ... as coisas que eu fiz nesses cinco anos para viver e sobreviver naquela ilha te assustariam e te afastariam ainda mais de mim Vanessa.
- Só quero que você seja o verdadeiro Zac comigo. Não importa o que você fez na ilha. - Ela deu um pequeno sorriso em minha direção passando a mão em meu cabelo. - Eu não tenho medo de você ou do seu passado.
Olhei dentro dos seus olhos vendo aquele brilho inocente e cheio de força que sempre me encantou e que me fez apaixonar por ela à cinco anos atrás. Ali estava a minha Vanessa, sem as amarras do escritório ou o ressentimento que ela sentia por mim. Vanessa estava sendo ela mesma comigo novamente.
O amor que ela sentia por mim ainda estava ali eu podia vê-lo, eu podia senti-lo em cada toque e palavra que ela dizia, mas devido aos meus atos depois da minha chegada ela não se abriria tão facilmente para mim como eu achei que ela fosse fazer assim que ela me viesse. Eu tinha muito o que percorrer novamente.
Abri um pequeno sorriso ao ver suas bochechas corarem levemente ao mesmo tempo que a minha mão, que antes estava em seu rosto, desceu para a sua nuca do jeito que eu sabia que ela gosta. Seus olhos se fecharam e um pequeno sorriso cresceu no canto da sua boca, me dando o sinal certo que eu poderia avançar. Ela estava me deixando chegar perto de novo. Isso só fez com que todo o meu corpo entrasse em festa.
Sua pequena mão que antes estava parada em meu peito desceu até ao meu quadril se apoiando enquanto ela se curvava em minha direção. Uma fisgada de dor me atravessou me fazendo gemer alto.
- Porra!
- Oh meu deus! Zac me desculpa eu me esqueci que você estava machucado! Oh meu deus!
Eu arfava sem conseguir dizer uma palavra enquanto ela choramingava as suas desculpas sem parar. O que eu mais queria era que ela parasse de se desculpar e voltássemos ao ponto em que estávamos antes, mas eu sabia que o clima estava completamente perdido e só me restava deixar que ela continuasse a cuidar do meu ferimento.
[...]
- Pronto. - Depois de quase meia hora em silencio a sua voz voltou a ser ouvida e apreciada pelos meus ouvidos me fazendo suspirar e olhar em sua direção.
- Obrigado por cuidar de mim Vanessa.
Ela olhou em minha direção fixando seus olhos castanhos nos meus. Ali eu pode ver o amor, a tristeza e a força de vontade.
- Não tem que agradecer. Mas agora eu quero que você me explique o que aconteceu para você ser baleado e o que são essas cicatrizes.
Suspirei audivelmente fechando os olhos com força. Eu sabia que ela não iria deixar tudo isso passar e que iria querer respostas para tudo o que estava acontecendo comigo. Mas eu tinha medo. Medo de ela me achar um louco ou que estou enlouquecendo devido a tudo o que aconteceu comigo durante os anos que estive preso naquela ilha.
Mas ela não deixaria passar, eu a conhecia bem o suficiente para saber que a sua curiosidade estava a matando nesse momento.
- Vanessa por favor...
- Não nada disso eu preciso de saber! Olha em que estado você está! Você não era assim!
- Você vai achar que eu estou delirando! Só espere um pouco ok? Só mais um pouco!
Ela se afastou de mim com brusquidão apanhando todas as compressas com sangue que estavam espalhadas por ali em silencio. Pelos seus movimentos bruscos e sua expressão eu sabia que ela estava com raiva de mim, mas eu não podia contar sem ter como provar tudo o que eu estava dizendo.
- Vanessa não faz assim por favor!
- Tudo o que eu estou pedindo é um pouco de sinceridade da sua parte Zac! Sinceridade essa que eu sempre retribui!
A raiva acabou me tomando. Saltei para fora da cama, mesmo sentindo minha ferida latejar e foquei de frente para ela. Eu sempre foi sincero com ela. Sempre.
- Retribui tanto que assim que eu sumi se deixou levar pelo Chris!
- Chris é meu amigo! Nunca fomos mais do que isso seu grande imbecil! - Suas palavras me deixando completamente mudo. - Todos esses anos eu me mantive fiel a você mesmo agente não sendo namorado quando você foi embora! Chris estava lá para me aparar na minha dor sendo o irmão que eu nunca tive! E você? O que você fez quando chegou da ilha? Procurou a Ashley! A Ashley! Não a mim! A pessoa que você jurou ser fiel mesmo longe!
- Você não sabe o que está falando! Ashley é minha amiga também! - Gritei fazendo ela se calar. A raiva e a saudade estavam batalhando dentro de mim. - Cinco anos! Eu passei a porra e cinco anos longe da minha família! Passando fome, frio e várias vezes quase morri batalhando contra o meu próprio inimigo enquanto você chegava a casa, comia e ia dormir depois de passar um dia sentada com a bunda numa cadeira confortável trabalhando! Você desde que eu cheguei aqui só me culpou mas nunca pensou que eu pudesse estar esperando que você viesse até mim! E o que você fez? Nada! A única que fez foi me culpar e culpar! Fodasse Vanessa! Eu te amo! Passei cinco anos batalhando para sobreviver para voltar para você!
Os olhos dela estavam completamente rasos de água enquanto uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto perfeito. Passei a mão em meus cabelos nervoso e dei um passo em sua direção.
- Vanessa por favor ...
- Eu te amo! Eu te amo também Zac! Me desculpa eu não sabia eu ... eu foi uma completa idiota eu devia de ter pensando em ...
Antes que ela completasse a frase eu a puxei para os meus braços, colando as nossas bocas. Um gemido baixo se escapou por entre a minha boca quando ela recebeu minha língua. Era tão bom poder voltar a sentir o seu gosto, sentir a sua pele contra a minha pele, a sua respiração varrendo meu rosto enquanto minha língua batalhava com dela, para matar todas as saudades que eu estava sentindo.
Eu sabia que ela merecia saber tudo sobre mim, caso eu decidisse ficar com ela ignorando todos os sinais de perigo que ela pudesse correr ao meu lado. E ela tinha razão eu precisava de ser muito sincero com ela, mesmo que isso significasse perde-la para sempre, pelo menos eu saberia que havia lutado por ela.
Separei de leve as nossas bocas, sentindo sua respiração forte e descompassada contra a minha boca, me fazendo sorrir. Como eu tinha saudades disso.
- Preciso que você venha comigo princesa. - Sussurrei dando um pequeno selinho em seus lábios.
- Zac você acabou de ser baleado não pode ...
- Shiuu ... - A silenciei com o meu dedo olhando dentro dos seus olhos. - Só venha.
[...]
Depois de ela ter arrumado uma das minhas antigas blusas, que sempre ficavam em casa dela, nós seguimos em direção à zona industrial onde ficava a minha boate. Durante todo o caminho eu ia fazendo carinho em sua mão e beijando o nós dos seus dedos, a fazendo rir e suspirar enquanto ela dirigia.
- Quero que você vá para a minha boate. Estacione na rua que tem ao lado ninguém vai estaciona ai a não ser o Chris com o meu carro.
- O que nós vamos fazer na sua boate?
- Quero te mostrar uma coisa, depois disso agente conversa.
Ela não disse mais nada, sabendo que eu não iria contar ou até mesmo dar uma pista do que estava para vir. Assim que ela estacionou ao lado da boate eu saltei para fora do carro antes mesmo dela desligar o motor do mesmo.
Abri a porta do lado dela a ajudando a sair.
- Sempre um cavalheiro.
- Com você? Sempre!
Ela riu dando um beijo em meu queixo, como ela sempre fazia e fechou o carro. Peguei em sua mão, começando a guia-la pelo caminho que nos levaria à porta das traseiras da boate. Não queria que ela passasse no meio daquela confusão bêbada e suada de adolescentes que frequentavam o meu estabelecimento.
A fiz entrar primeiro antes de olhar em volta, para me certificar de que ninguém estivesse nos seguindo e fechei a porta. Me virei em sua direção e sorri.
- Vamos!
Peguei novamente em sua mão e comecei a descer as escadas. Ao longe eu podia ouvir os passos de Chris de um lado para o outro, assim como o barulho dos computadores e geradores funcionando. No momento em que alcancei o último degrau da escadaria deixei a sua mão para que ela pudesse tomar a liberdade e correr por ai.
Sabia que assim que ela se focasse nos computadores ou até mesmo nos enormes ecrãs que eu mantinha ali que ela correria para poder mexer. Era quase um paraíso para ela isso eu podia apostar.
Prendi a minha respiração enquanto olhava em sua direção. Eu podia ver a curiosidade brilhando em seus olhos enquanto ela entrava lentamente no ambiente, observando tudo com atenção e curiosidade.
Como eu havia previsto os seus olhos focaram primeiro nos computadores, depois nos ecrãs e logo de seguida no meu equipamento de arco e flecha. Engoli em seco quando seus olhos se abriram em choque e um "Puta que pariu" baixinho saiu dos seus lábios. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa para me explicar ela deu as costas para o meu equipamento e correu em direção aos computadores mexendo em tudo me fazendo rir baixinho.
Ela era uma caixinha de surpresas sem duvidas.
- E ai Efron como você está?
A voz de Chris soou em meu ouvido, me tirando do transe em que eu me encontrava enquanto observava Vanessa mexer em tudo. Me virei em sua direção dando um pequeno sorriso para ele. Ele mantinha aquele sorriso idiota e infantil em seus lábios.
- Vanessa cuidou de mim por isso estou bem!
A risada que ele deu após minha confissão fez com que Vanessa tirasse os olhos do computador e se virasse em nossa direção. Sem dizer uma única palavra ela caminhou até nós, ficando frente a frente com agente. Era agora.
- Vanessa antes que diga alguma coisa eu ...
- Você é o arqueiro!
- Isso é uma pergunta? - A voz de Chris fez com que eu olhasse para ele e depois para Vanessa que sorria animadamente, juro que podia vê-la pulando na pontinha dos pés.
- Não é uma pergunta e sim uma afirmação! - Ela voltou a olhar em minha direção. - Porque que você está arriscando sua vida nesse loucura? E antes de mais nada! Eu estou muito dentro desse negócio!
- Vanessa não ... não trouxe você aqui para que você fizesse parte dessa "loucura" e sim para você saber no que eu estou me metendo. É muito perigoso para você!
- Do mesmo jeito que é para você! E nada do que você vai dizer vai me fazer mudar de ideia! - Bufei cruzando os braços a fazendo rir. - Agora o motivo de toda essa loucura, eu preciso de saber! Não que faça muita diferença mas eu quero saber só para o caso.
Sem dizer uma única palavra eu tirei o caderninho que meu pai havia me dado do bolso de trás das minhas calças e estendi em sua direção.
- Meu pai me deu isso antes de se matar. Cada nome dessa lista terá que ser eliminado pelo bem da nossa cidade. Bom pelo menos é esse o meu pensamento sobre essa lista. Elimina-los.
Ela pegou em meu caderno me dando as costas indo em direção aos computadores. Olhei na direção do Chris que deu de ombros e fomos ambos atrás dela completamente confusos com o que ela estava fazendo.
- Qual era o alvo dessa noite amor?
Um enorme sorriso se abriu em minha boca quando vi ela se sentando na mesa de comando após ter me feito a pergunta. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela pousou a lista ao lado do monitor e esperou que eu falasse.
Minha nossa senhora eu não mereço essa mulher!
- Matt Damon.
Ela naquela momento se desligou completamente do mundo ao seu redor enquanto teclava furiosamente nos computadores. Várias fichas e documentos começaram a aparecer nos ecrãs me deixando completamente confuso e sem entender nada do que ela estava fazendo.
- O que ela está fazendo?
A voz de Chris acabou reproduzindo a minha pergunta mental. Olhei em sua direção dando de ombros tão confuso e perdido quanto ele estava. Sinceramente eu não sabia metade das coisas que essa mulher fazia na frente de um computador.  
- Eu não sei o que ela está fazendo, mas espero que ela me explique direitinho.
- Vocês dois são dois bobos e nem mexer nessas belezas vocês sabem! - Ela resmungou sem tirar os olhos da tela em que ela trabalhava. - Você tem o melhor equipamento de segurança e investigação aqui, mas mesmo assim acabou baleado? Mas que mancada!
Ergui uma sobrancelha para as suas costas prendendo a gargalhada no fundo da minha garganta enquanto Chris ria baixinho da sua maneira doida de ser. Quando eu digo que ela é um mistério eu não estou brincando!
- Matt Damon não realmente um dos seus maiores problemas agora.
- O que você quer dizer com isso? - Perguntei me colocando ao seu lado esperando que ela começasse a se explicar.
- Ele apresentou uma denúncia à polícia faz uma hora. Conseguiu apoio policial e reforço de segurança em menos de meia hora. - Ela teclou um pouco mais e logo suspirou. - Nossa sorte é que ele tem a planta da casa dele nos registos da cidade. Viva à internet e à biblioteca interativa.
- Podemos fazer alguma coisa com isso?
- Sim eu posso em menos de duas horas descobrir todas as entradas e saídas da casa, sem ser as janelas. Rotas de fuga e como cegar a segurança eletrônica dele. O resto terá que ser você a fazer.
- Tudo bem. - Me virei para Chris e dei um sorriso. - Você irá comigo.
[...]
Já passava um pouco das duas da manhã quando me ergui da cadeira em que estava sentado e foi em direção à Vanessa que continuava concentrada nas plantas da casa do Damon, descobrindo todos os pontos fracos da segurança dele. Essa mulher não havia parado desde que havia posto os olhos em cima da planta.
A abracei por trás e beijei sua cabeça a fazendo relaxar contra mim. Beijei de leve a sua garganta e sorri ao vê-la se arrepiar ao sentir a minha respiração em seu pescoço.
- Está tarde. Vem eu tenho que te levar para casa.

- Nesse caso eu que tenho que te levar para casa. - Ela riu se soltando e se virando para mim. - O carro é meu eu dirijo. 

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Olá meninas! Aqui estou mais uma vez para mais um capitulo para todas vocês! 
Espero que tenham gostado do capitulo de hoje!
Beijos e ate ao proximo capitulo!